segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Medico de Paulo Afonso é Acusado de Ser Mandante de Chacina em Alagoas


O julgamento dos cinco acusados pela morte da deputada federal alagoana Ceci Cunha, marcado para o dia 16 de janeiro, foi destaque na edição deste domingo (08/01) do Fantástico, da Rede Globo.

Na reportagem, o jornalista Valmir Salaro entrevistou pela primeira vez uma sobrevivente da chamada “Chacina da Gruta”, onde foram assassinados a parlamentar, seu marido, Juvenal Cunha, o cunhado da deputada, Iran Carlos Maranhão, e a mãe de Iran, Ítala Maranhão.

O crime aconteceu no dia 16 de dezembro de 1998. Na próxima quarta-feira (11/01), acontece à audiência de instrução para o julgamento de Talvane Albuquerque, ex-deputado acusado de ser o mandante do crime, e de Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva, acusado de disparar as armas.

Na entrevista veiculada pelo Fantástico neste domingo, uma irmã de Ceci Cunha, que estava na varanda da casa onde os quatro familiares foram mortos, conta como o crime ocorreu. “A gente estava conversando sobre os filhos dela [de Ceci]. De repente, eles entram e começa tudo”, disse a psicóloga, que não identificada pela reportagem.

“A minha sogra falou primeiro: ‘Pelo amor de deus, não faça isso’. Foi quando ela recebeu o tiro em seguida. Nesse momento que eu vi o tiro nela, foi quando eu levantei e corri pra dentro da casa pra me esconder. Aí foi quando eu ouvi outra pessoa falar: ‘A deputada não é essa’. Quer dizer, a intenção era matar a deputada, a minha irmã”, contou a testemunha.

A psicóloga revelou ainda ter se escondido debaixo de uma cama durante o tiroteio. “Fiquei lá, aguardando quietinha, com medo”, lembrou.

Acusados

O crime é considerado um dos mais emblemáticos do Estado de Alagoas. Até hoje, ninguém foi punido.


O Ministério Público Federal acusa o então deputado Talvane Albuquerque de ser o mandante da chacina. Segundo o procurador, a motivação era política: assumir a vaga da deputada na Câmara Federal. Ceci Cunha tinha acabado de tomar posse.

“O deputado Talvane, ele matou, ou ele mandou matar a deputada Ceci Cunha porque ele queria ocupar o lugar dela. Ele era o primeiro suplente da coligação da qual Ceci Cunha fazia parte”, afirma Gino Sérvio Malta Lobo, procurador da República.

Por telefone, o Fantástico localizou o ex-deputado, que trabalha como médico em dois hospitais, um em Arapiraca, Alagoas, e outro em Paulo Afonso, na Bahia.

Pela suspeita de envolvimento nos assassinatos, Talvane teve o mandato cassado em 7 de abril de 1999. No dia seguinte foi preso, e só saiu da cadeia em março do ano seguinte. Ele não quis gravar entrevista, mas disse que é inocente.

Segundo dados do Datasus/Ministério da Saúde, Pedro Talvane Luis Gama de Albuquerque Neto está ativo no Ambulatório do Hospital Nair Alves de Souza, desde o dia 1º de junho de 2011, com uma carga horária de 08 horas. Ele está registrado como médico ginecologista e obstetra.

“Essa é uma acusação pesada da qual eu vou me livrar. Não existem provas, não existem provas”, disse o acusado. Questionado pela reportagem do Fantástico sobre se teria a consciência tranqüila, Talvane afirmou: “Graças a deus. Tranquilíssima”.

O advogado que responde pela defesa de Talvane Albuquerque, Welton Roberto, também diz que não há provas de que o ex-deputado tenha encomendado a morte de Ceci Cunha. “Há uma prévia condenação social, isso nós não temos dúvida, vamos enfrentar isso com muita clareza, com muita serenidade, com muita coragem também”, destacou o advogado.



O caso Ceci Cunha (foto ao lado) sofreu várias reviravoltas no judiciário. Houve discussões sobre a competência da Justiça Federal e estadual e inúmeros recursos. Após a decisão do júri, defesa e acusação ainda podem recorrer. Enquanto isso, os acusados devem permanecer em liberdade.




Da Redação: portal g1

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